quarta-feira, novembro 28, 2012

Novo Amor Novo

Bem vindo Amor novo
que de tão novo e fresco
chega em forma de criança
livre, ingênuo e puro.
Chegou, me beijou a testa, escorregou pelos cabelos,
brincou com meus mamilos, 
se acomodou em meu ventre e se escondeu entre minhas coxas.
Novo Amor, sentimento recém nascido, inocente dos pecados futuros.
Limpo das máculas vindouras.
Novo amor novo, que entrou pela janela à tarde, depois da chuva, 
e veio rir comigo, veio rir de mim.
Porque amor novo faz troça, dá susto, amarra seus cadarços só pra ver você tropeçar. 
Se diverte quando nos rouba o juízo e esconde embaixo de uma pedra qualquer.
Novo amor faz bagunça dentro da gente, porque é moleque, 
e moleque deixa tudo fora do lugar.
Amor novo é menino de pés descalços sapateando na poça.
Faz dos nossos olhos bolas de gude e nos faz ver tudo de ponta-cabeça.
Novo Amor vem com gosto de algodão doce, colorido como bolha de sabão.
Amor novo te faz cosquinha na costela e aperta seu nariz, te prendendo a respiração. 
Amor novo só tem um desejo e no fim de cada noite vai cochichar no seu ouvido, 
um mesmo pedido:
 "Não me deixe envelhecer e perder a graça."
 
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Distração



Que desça um anjo do céu, que me dê dois sopapos na cara, na lata, e me acorde.
Não o acordar de abrir os olhos, mas o acordar de enxergar.
De ver a vida em volta, ver o sinal que mal abriu e os carros que já aceleram, a criança com o cachorro e os pães que saíram do forno.
Lembra-me anjo, que tenho contas pra pagar e as unhas dos pés para aparar.

Empurra-me, anjo, e faça-me andar, sair do lugar e caminhar na chuva.
Leve-me, anjo, pra ver o sol se pôr lá no fim da estrada do Pontal, lembra-me de como é bom o cheiro do mato e o barulho do vento nas folhas.
Desça anjo e fala-me dos homens e seus medos, e cante comigo a sua preferida do Roberto.
Venha anjo mostra-me o que tenho esquecido, um mundo inteiro girando despercebido.
Vire a ampulheta, anjo e mostra-me que o tempo não parou.
Dei-me asas, anjo e me lance ao vôo e se eu cair, recolha-me, acolha-me e faça-e dormir novamente...

domingo, novembro 25, 2012

Não há vagas...

Tenho um coração que depois de tanto tempo vazio
Havia se tornado inerte e frio
Tenho um coração que já não esperava
Nem ansiava, e pouco palpitava 
Tenho um coração que não acreditava
E tão pouco lembrava
Do que já tinha sentido
Ou de que um dia foi preenchido
Tenho um coração que despertou
Depois de tanto tempo adormecido
Tenho um coração que hoje bate descompassado e acelerado
Tenho um coração tão cheio de sentimentos 
Que já não me cabe aqui dentro
Tenho um coração que achava que sabia de tudo
E se vê tendo que aprender tudo de novo
Tenho um coração que agora tem dono
Tenho um coração um coração apaixonado



segunda-feira, setembro 03, 2012

Setembro

Na primavera você voltará pra mim, porque alguns amores dormem durante o inverno e despertam no mês das cores.
Teremos mais sol e mais tempo pra falar do tempo que perdemos, por isso passaremos as próximas noites acordados.
Seremos a cura da falta que sentimos um do outro.
Mãos dadas, corpos entregues, sorrisos soltos.
Teremos a liberdade de sermos nós.
Na primavera você voltará pra mim, porque o amor resistiu ao escuro e o frio e você ainda precisa de mim pra se entender.
Virando a estação, eu voltarei pra você, porque oito meses não foram suficientes pra eu te esquecer e eu nunca precisei tanto do seu colo.
A vida espera setembro pra ficar mais bonita, as plantas esperam essa época pra se abrirem em flores, e eu espero você.
 

 

sexta-feira, agosto 17, 2012

Controlo bem a fome e a vontade de fazer xixi
Seguro a raiva e consigo tolerar gente chata por um bom tempo
Nem o calor, nem o frio me incomodam muito
Convivo bem com os meus medos
Ando até bem confortável com a minha insônia
Tenho paciência pra arrastar a segunda-feira até o fim dela
E também acho graça na repetição monótona da rotina
Consigo lidar bem com muita coisa que me incomoda
Mas viver sem amor, é chato, enfadonho e cansativo
Viver sem amor é insuportável 


 

terça-feira, agosto 14, 2012


 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

Escrevo porque falo pouco

Quando falo, falo sem saber

E do que falo, quase nada sinto

Do que sinto, quase nada falo

Escrevo porque sinto muito

E meu peito é pouco para caber

Se me calo, eu não minto

Há vantagens no silêncio

Mas também agonias profundas

Amores contidos e frio

Há muito frio no silêncio

Escrevo porque frio sinto

Escrevo, me esvazio e me recrio

E me aqueço no morno intervalo

Entre um silêncio e outro

 
Um casal anda á minha frente, anda rente, lado a lado
e as mãos penduradas, próximas, já não se dão.
Se sentem, se alinham pendulando na mesma direção.
Mas já não se buscam, não se alcançam e apesar de estarem perto,
faltam uma a outra.
Acenam o tchau, dão sinal para o ônibus, seguram nos ferros sujos
e nos encostos dos bancos.
Então, as mãos sozinhas, se revezam segurando a bolsa que mãos de ninguém 
se ofereceram para levar.
Mãos agora um par para cada lado, se fecham com dedos suados a caminho do trabalho, 
onde pelo dia longo e sem descanço, terão água, cimento e sabão como companhia.

Eu sou a dona da rua,
das mangueiras em flor e do cheiro que vem delas.
Também sou dona dos cães sem dono que espalham o lixo nas calçadas.
Sou dona dos postes tortos, das lâmpadas queimadas e do escuro embaixo delas.
Sou dona do vento frio, das folhas secas e do barulho que faz quando elas caem nas telhas.
Sou dona até das lagartixas que correm as paredes das casas velhas e do musgo que tomou conta dos muros.
Sou dona dessa noite e das horas sem sono de que ela é feita.
Me sento num canto da madrugada, entre uma da manhã e os gatos no cio,
puxo uma ponta do céu negro veludo e costuro nele, meus cadentes amores inventados.
E dos amores, que saem de mim, voam por aí, e caem onde não posso ve

Só vejo que sou tão dona deles, quanto de mim donos eles são.

domingo, abril 08, 2012

Imensurável

Não tenho medidas

O dia é curto e minhas idéias compridas

Não tenho medida

Na minha receita, perco a conta das xícaras

Não tenho medidas

Transbordo de emoções contidas

Eu não tenho medidas

Para me caber, preciso de mais duas ou três vidas



quinta-feira, março 29, 2012

Hoje resolvi escrever sobre o hábito-vício que alimento diariamente: observar pessoas.

O caminho de ida e volta do trabalho é um prato cheio, mas é dentro do ônibus que essa mania vira compulsão.

Os ônibus que pego, são os que ligam a Zona Oeste do Rio a Barra da tijuca, e seus passageiros são as diaristas,vendedores, funcionários de supermercados, enfim, a maior parte da mão de obra que mantêm o famoso "bairro emergente" em atividade.

E nessa rotina de analisar o modo de vestir, o cabelo desbotado ,o jeito tímido de andar, me divirto com a ingênuidade de alguns e me assusto com a maldade estampada de outros...

Quase sempre alguém retribui meus olhares, com um certo estranhamento, me achando doida varrida com certeza, é que nem sempre consigo disfarçar.

As vezes fico estática fitando os rostos dessa gente que vem e que vai.

Tem gente feia, tem gente bonita e todas as variações que pode caber entre esses dois adjetivos.

Mas independente dos detalhes estéticos, a fisionomia de cada um me surge a frente como livros na estante pronto para serem abertos e decifrados.

A minha porta de entrada, como não poderia se outra, são os olhos, que tento atravessar e desvendar o mundo intimo de cada um.

O que ao mesmo tempo me encanta e me deprime, porque numa visão geral, todos me transmitem tédio, alguns parecem plácidos, outros inertes, mas a maioria tem um "que" de cansaço e solidão.

Quase não encontro ânimo e contentamento nessas caras de todo dia.

E ultimamente, com a popularização dos iPods e celurares com mp3, nem conversa de ônibus existe mais. O silêncio só é cortado pelos vendedores de bala que sobem e descem com seus textos prontos, vozes anasaladas e mais lamento do que simpatia...

Assumo que tenho preferência e presto mais atenção nas mulheres, nelas consigo ver um pouco mais de doçura, principalmente na hora da volta para casa. Percebo em algumas um certo "ar" de contentamento pela expectativa do breve encontro com os seus, mesmo quando sei que muitas delas não terão o descanso merecido descanso quando chegar, pois sempre terão uma tarefinha doméstica pra fazer, ou pelo menos a janta, com certeza ainda vai ter que aprontar...

Quando tem engarrafamento próximo ao Morro da Grota Funda, o atraso da viajem provoca uma sinfonia de telefones tocando.Gosto dessa parte, adoro quando alguém atende dizendo:_Oi amor!, já já to chegando, to subindo a serra, hân...tá...tá...beijo...tchau. E desliga o celular com um sorrizinho preso no canto da boca, fecha os olhos e encosta a cabeça na janela pra tirar um cochilo...

Aí fico pensado naqueles que não receberam nenhuma ligação, será que não tem ninguém pra se preocupar com eles? ninguém os esperando pra dividir espaço num sofá das Casas Bahia na hora da novela das oito?

Talvez por isso alguns não parecem satisfeitos em voltar pra casa, e seguem o destino da falta de opção... triste isso...

Triste mesmo é gente que chora no ônibus, acho que esse tempo, que não é tão curto, libera a mente pra pensar nos problemas, ou simplismente pra alguns não sobra tempo pra chorar noutra hora.

Certa vez vi uma moça chorar pelo fim do namoro, enquanto ouvia ininterrupitamente o pagode preferido do ex, tem amoça que chora porque não aquenta mais a pressão da gerente "mal amada" da loja de departamentos em que trabalha, e ontem vi um senhor chorando de dor pelo joelho inchado e inflamado que lhe impedia de subir as escadas de seu quitinete num conjunto habitacional em Santa Cruz.

Mas tem gente alegre também, são so que me ganham fácil, lembro de uma família na qual me detive por cinco minutos sem desviar a atenção Desciam pra Barra, pai e mãe de uns quarenta anos cada e uma filha linda de nove ou dez, me pareciam tranquilos e afáveis, trocavam carinhos e sorriam todo o tempo. Me tocou  o quanto pareciam estarem felizes pelo simples fato de terem uns aos outros...



terça-feira, março 20, 2012

MSP- Movimento dos Sem Paixão


Não lembro a última vez que tive um pensamento romântico,

meu coração anda seco e esturricado,

feito o solo do agreste...

Oque fazer, se não chove?

Pensei de me entregar á Reforma agrária,

já que não há semente que germine no meu latifúndio,

hectares inférteis, onde não crescem mais sonhos.

Assim, quem sabe,

essa terra devoluta,

valha alguma luta.

Me divido em lotes,

sem dotes,

sem emenda e

sem contenda.

Eu, terra de ninguém

me permito invasão.

Anuncio-me desapropriada,

por vontade própria.

Não venho cá falar de carência,

mas sim,

duma descrença tremenda.








































terça-feira, fevereiro 28, 2012

Reféns do espelho

 Vivemos buscando relações onde possamos receber sempre mais do que dar. Porque nos vale, mais do que amar, sermos amados, queremos ter  nossa beleza e virtudes reconhecidas.

Não queremos apenas a companhia e a troca de sentimentos e prazeres, queremos a idolatria, total redenção, queremos súditos...

E no alto desse pedestal, somos coroados pela solidão.

Nosso egocentrismo nos fez trocar o amor pela vaidade, e ficamos cada um diante do seu espelho frio, que reflete além do nosso rosto bonito, o nosso peito vazio.

Cada qual com o seu egoismo, contando os desencantos, colecionando histórias tristes e riscando os dias na parede do castelo de ilusão que criamos, onde somos reféns de nos mesmos...

Sem resgate, sem príncipe, sem final feliz... 



quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Na gaveta...

Eu não sei onde as pessoas costumam guardar seus amores velhos,
os meus, eu guardo na terceira gaveta (de cima pra baixo),
junto dos brincos que eu perdi só um pé,
dos vidros de perfume vazios (que guardei por achá-los bonitos),
dos meus dentes de leite e outras coisas que não me servem mais...
Mas alguns, eu joguei fora porque a barata roeu.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

Júlia Maria de Todos os Sonhos


Se tua boca cala, é porque se engasgou com a própria fala,

Daí encerra com um sorriso, disfarça com um bico, depois recomeça com um grito.
É que tua palavra tem pressa e tudo tem que ser dito,
Para que nada seja esquecido e nem passe despercebido,
Mesmo que não faça sentido...
Um pensamento por segundo, um engarrafamento de idéias...
Uma menina que tem um mundo enorme lá fora pra conhecer 
E um universo sem limites dentro do coração.
Então vá, agora que sabe oque é "Liberdade",
Viaje!
Costure o mapa com pontos frouxos
E borde amores de mil cores!
Recite Cazuza, Chico e Pessoa,
Viva suas "amelices","clarices" e "alices"
Corra atrás do coelho,
Atravesse o espelho
E ultrapasse os limites!
Por fim, navegue, pois é preciso...
Vá, e quando quiser descansar,
Me encontre em Montauk...

Quando a vida canta, vira fado
Quando a vida canta e dança, vira samba
Quando a vida canta, dança e ama, vira Júlia...







Carta aberta a Débora Navega pelo aniversário de 18 Anos...

Aos treze anos (por favor, não façam as contas pra descobrir minha idade), minha mãe engravidou e eu queria muito que fosse um menino, por isso, até você nascer, eu te chamei de Arthur...


Minha mãe chegou da maternidade com uma criaturinha cor de rosa, pequena que parecia mais um filhote de rato, mas em pouco tempo virou um bebê louro, gordo de olhos claros, como os da capa da Pais&Filhos...

Seu nome de menina também foi escolhido por mim, era o nome da Personagem da Nathália do Vale na novela Olho no olho, ela era a mãe do Alef, e eu achava o nome mais lindo do mundo...

Nós tinhámos em casa uma menina de cachinhos louros e idéias maduras, muito precoces pra tão pouca idade, aos dois anos tinha Bon Jovi como ídolo, aos oito, enquanto todas as mininas eram fãs de Sandy & Júnior, você ouvia System Of Down...


Você nunca foi uma criança comum, parte por crescer com irmãos com grande diferença de idade e parte por ser um ser muito complexo por sí só...


Não faltaram as traquinagens infantis, como tirar a fralda descartável com cocô e passar em todas as paredes da casa e comer sabonetes pra fazer bolhas com a boca e conversar com os próprios dedos, fazendo vozes fininhas que deixavam o Rapha cheio de medo...


Porém, a menina que eu agora fazia parte da minha vida, muitas vezes se mostrou mais madura e tranquila diante de um mundo que meus olhos de adolescente via como uma coisa imensamente assustadora...


Daí pra frente muitas vezes o papel de irmã mais velha foi invertido e você passou a ser a única (única mesmo!) a saber tudo sobre mim, meus segredos, meus amores e meus pecados...
 
Me conhece como ninguém, adivinha tudo antes de eu falar e me fala de coisas que eu deveria te ensinar...



Já decifrar a sua pessoa, é tarefa para poucos, cabe aos atenciosos, sensíveis e livres de preconceito...


Porque é no seu silêncio que mora a sua verdade e é com os olhos verdes sob cílios pintados de roxo que você diz a que veio...


"- Eu vim colorir esse mundo cinza!


- Eu vim mudar oque está triste!


- Eu vim cantar sobre a liberdade onde a quietude do acômodo impera!


- Eu vi mostrar a beleza das coisas que vejo e te ensinar a vê-la também!"


Você é feita daquilo com que é feito os sonhos, uma mistura de sol de domingo, algodão doce, final feliz de filme, gliter e Rock and Roll...


Você veio pra minha vida pra eu sentir e viver um pouco disso tudo, você veio pra minha vida pra fazer ela ficar mais bonita!


Que bom que você veio...


Feliz aniversário!


Meu amor é infinito e imensurável e meu orgulho é o maior do mundo!


"... É só você quem deve decidir oque fazer pra tentar ser feliz..."

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Pensando...

É final de janeiro, faz calor, mas de quando em quando chove.
Fiquei por um bom tempo só hoje, e fiquei pensando na vida...
Pensei nos últimos contratempos que tenho enfrentado,
e na minha fé, que tento parar de questionar...
Pensei na volta ás aulas do meu filho, no fim das férias
e nas contas que tenho a pagar...
Pensei em escrever sobre meu medo de escadas e linha de pipa,
e em comprar um barrão de chocolate e esconder na bolsa pra comer sozinha...
Pensei no quanto meus irmãos se parecem comigo e me entendem
e no quanto eu gostaria de ter nascido nos anos 60...
Hoje eu pensei em Jung, pensei na lua e na crise européia,
pensei no meu hematoma da coxa, e nas músicas do Radiohead...
Pensei sobre o tempo, loucura e morte...
Pensei na minha insônia, na minha mãe e em sapatos novos...
Mas entre todos esses pensamentos,
um insistia em reaparecer de cinco em cinco minutos.
E ele não vai embora...
Penso agora nas coisas que acabam antes mesmo de acontecer...
Algumas coisas são assim...

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Confabulações...

   Sabe,acho que estou  meio chata...
È, ando profunda demais, cheia das reflexões e definições pessoais, sobre várias coisas que gosto, ou que me incomodam, e vários temas que de quando em quando me pego a discutir.
   Se pelo menos eu fosse "sabedoura das cousas da vida", mas não passo de uma reles contestadora anônima e revolucionária preguiçosa.
Sempre costumei questionar os hábitos e comportamentos alheios, e também os meus. Mas agora já estou partindo para análises piscicológicas, como se eu estivesse com um encosto freudiano.
Me pego até diagnósticando traumas e neuras, destacando os sintomas ou sugerindo supostas causas...
Devo isso ao velho hábito de constante observação do "bicho homem", do que ele realmente é, e principalmente do que ele tenta ser.
   E venho nesses dias quieta, estudando cá do meu canto os vivos, as vidas e as vivências. Atividade que afrouxam os poucos parafusos que me restam.
   De fato, a pior parte é aquela que tento expressar minhas observações e ainda por cima espero ser compreendida. Pueril e frustrante utopia...
Tento inúltimente dissertar minha visão absurdamente particular, (muitas vezes surrealista),
sobre o progresso, o regresso e o atual caos da sociedade.
   Partindo de mim , viajo por uma fonte farta e inesgótavel de situações e dados a serem  pesquisados e questionados , e não sou muito criteriosa quanto ao tipo ou relevância do assunto em questão.
   Me condiciono a argumentar, mentalmente quase sempre. As vezes escrevo, mas a maioria das minhas divagações trazem mais acidez que doçura. Não que eu me ache um "anjo de candura", mas é melhor não espalhar que tenho um lado sarcástico,muitas vezes venenoso...
Essa minha "viagem" dá mais barato do que qualquer droga sintética , logo me viciei,Talvez já tenha se tornado dependência, patologia.
e sigo indo e voltando, no mundo, nos outros e em mim...


-ilustrações de Rafael Silveira.