terça-feira, agosto 14, 2012


 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

Escrevo porque falo pouco

Quando falo, falo sem saber

E do que falo, quase nada sinto

Do que sinto, quase nada falo

Escrevo porque sinto muito

E meu peito é pouco para caber

Se me calo, eu não minto

Há vantagens no silêncio

Mas também agonias profundas

Amores contidos e frio

Há muito frio no silêncio

Escrevo porque frio sinto

Escrevo, me esvazio e me recrio

E me aqueço no morno intervalo

Entre um silêncio e outro

Um comentário: