sábado, outubro 30, 2010

Mesmo assim...

Você é como o trovão seco e perdido
Que chega horas depois do relâmpago
Quando a chuva já passou 
E nada mais faz sentido
Fúria guardada
E palavra que sai na hora errada

Você é o olhar inerte na janela
O sorriso de boca fechada
O final sem nexo do filme
Descompasso,música desafinada

Você é minha parte desvairada
O sonho estranho do qual não acordo
Alma no corpo trocado
Minha inconstância e fé abalada

Você ateou fogo no seu paraíso
E correu pro meu lado
Me chamuscou e fugiu denovo
E mesmo assim,
É sempre cedo quando você vai...



sexta-feira, outubro 29, 2010

Nada sinto além disso que me tira o sono.
O que era medo, depois saudade e agora é só uma coisa fria e triste...
Horas estéreis,
mente entorpecida de lembranças que giram feito um carrossel.
Do que é bom, tive tão pouco que nem mais faço questão.
Com quantas mentiras mal contadas se destrói uma paixão?
Com quantas desculpas esfarrapadas se remenda um coração?
Se desmancha a cortina de palavras poéticas que me protegiam da dor,
e me esvaeço
no vento quente de contrariedades absurdas e de uma verdade estúpida.
E eu perco toda a graça.

domingo, outubro 17, 2010

O que é céu, o que é chão, quando não sabemos por onde andamos?
Quando as respostas chegam atrasadas e indefinidas, não há mais porque perguntar.
Contento-me com o silêncio
E o direito de explorar toda extensão de sua pele.
Tímida e mansa,
Mas, com o coração explodindo na garganta,
Afogo-me na ânsia de um grito que desmanchasse essa cena.
Espero a palavra que me traria o sossego,
Mas é cedo ainda e eu vou te amar um pouco mais.
Nunca compreendi a natureza do amor muito bem,
Mas cansei de fugir dele.
Até porque ele nunca me deixou ir muito longe.
Esse amor é um sabotador, que me amarra os pés.
E você está por trás disso tudo,
Seus olhos cheios de fome
E suas mãos que me seguram quando penso em ir embora.
Dividimos segredos, mas calamos o que sentimos.
Precisamos conversar sobre isso.
Você está por trás do meu medo,
Mas também por trás dos desejos mais desmedidos.
Por vezes te assistindo dormir, quis te cobrir com aquilo de que é feito os sonhos
E assim poder te dar a paz que tanto busca.
Nossas horas não cabem no relógio, nosso tempo agente faz.
Mas, é cedo ainda eu vou te amar um pouco mais.
Nossa história é só nossa, mas, por favor, não me deixe vagar sem direção,
Prenda-me ao seu lado, deite-me sob sua luz.
Acalma-se, deixa a vida nos assistir lá de fora
Você é o único que eu quero ver.
Mas não me roube novamente as cores, não vá para longe.
Você já me entende muito,
E isso só me faz querer você mais perto de mim.
Não regue minhas dúvidas, curemos nossas feridas.
Não podemos ser figuras desbotadas numa foto antiga
Há tanta beleza nisso que nos aproxima.
Há a chuva que persegue,
O acaso nos surpreende,
Uma colisão nos tirou a gravidade.
Mas, é cedo ainda e eu vou te amar um pouco mais
Agora minhas mãos estão nos seus cabelos e minha cintura escondida entre seus braços.
Mesmo que voltemos para casa no fim que cada dia, 
Ficaremos juntos no final.

terça-feira, outubro 05, 2010

Rs...

Ah... como eu gosto de gente que ri à toa, ri do nada
Gente feliz, gente bem humorada
E como tem gente azeda de bico franzido e cara amarrada.



    há algum tempo, rabisquei essas frases no meu bloquinho, e nelas deixo mais uma vez explícita minha já declarada atração e devoção ao bom humor.
Evidência muito importante nessa minha admiração aos que se doam à arte do riso é o fato de eu ter como primeira paixão platônica,aos sete anos de idade, um palhaço de circo.
    Palhaço Xereta, figura que me encantou e despertou meus primeiros pensamentos românticos, fazia parte do elenco de um circo bem pequeno que alugava o terreno em frente minha escola primária. Eu o via tanto maquiado nas apresentações, quanto de cara lavada durante o dia. Nascido pra fazer graça, ele era palhaço vinte quatro horas, partiu daí meu encantamento.
O circo voltou durante os próximos dois ou três anos, depois sumiu, e junto a paixão de menina.
    Fui crescendo e só via aumentar o meu interesse por piadas, trocadilhos e pegadinhas. Fazia de tudo pra ficar acordada até tarde pra assistir Viva o Gordo e Chico Anysio show e nas festas de família em vez de ir brincar com as crianças eu ficava perto dos tios que contavam anedotas...
E  a cada dia adicionava mais um humorista à minha lista de ídolos.
     No colégio também, só gostava dos meninos que faziam graça e divertiam o resto da turma e pra andar comigo,tinha que ser engraçado.
     O bom humor passou a ser meu remédio pra manter o equilíbrio diante das dificuldades e contra-tempos da vida, e também fonte inesgótavel de otimismo. Muitas vezes uma risada espontânea e bem provocada pode fazer uma segunda-feira de chuva parecer um sábado ensolarado.
     Rir de mim mesma e dos fatos corriqueiros virou um hábito do qual nunca vou me cansar, até porque só me faz bem, me deixa mais zen...
Mas rir dos outros é minha diversão favorita,tenho meus critérios,não é qualquer bobão que me faz rir, afinal, como em tudo na vida,cada um tem seu gosto. Mas a criatura que tiver uma ironia bem dosada e velocidade de raciocínio pra fazer uma piada de um fato que acabou de acontecer, é a que me ganha mais fácil.
     Hoje as pessoas que convivem comigo são todas elas pessoas leves e divertidas, que vêem sempre o copo meio cheio, isso é praticamente uma condição pra fazer parte da minha vida.Cada um me cativa de um jeito diferente, muitos nem sabem o quanto são engraçados...
     Admito minha baixa tolerância a gente chata e simplesmente detesto quando não riem das minhas piadinhas de pontinho,não suporto quem só fala de tragédia ( a não ser se for pra fazer piada de humor negro) e por favor, não venha me falar de depressão ou crise existencial. 
     Um dia vou escrever meu próprio stand up baseados nos meus micos,que não são poucos, mas enquanto isso vou seguindo uns cinquenta humoristas no Twitter, contando piada por torpedo e decorando frases de caminhão.
E sempre na companhia de pessoas alegres e de bem com a vida... sorria...