terça-feira, agosto 14, 2012

 
Um casal anda á minha frente, anda rente, lado a lado
e as mãos penduradas, próximas, já não se dão.
Se sentem, se alinham pendulando na mesma direção.
Mas já não se buscam, não se alcançam e apesar de estarem perto,
faltam uma a outra.
Acenam o tchau, dão sinal para o ônibus, seguram nos ferros sujos
e nos encostos dos bancos.
Então, as mãos sozinhas, se revezam segurando a bolsa que mãos de ninguém 
se ofereceram para levar.
Mãos agora um par para cada lado, se fecham com dedos suados a caminho do trabalho, 
onde pelo dia longo e sem descanço, terão água, cimento e sabão como companhia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário