sexta-feira, novembro 12, 2010

volátil

Ela não era toda minha
Inteira, nunca
Faltava parte 
Ou quase tudo
O tanto dela que eu não tinha

Flutuava
Por isso não se apegava
Nada a fixava
Não ficava
Passava
E sempre fazia falta

Tentar prendê-la 
Cercá-la, impossível
Se previa o risco
Ela transbordava
Fervia detergente
E derretia toda a cena

Comigo,pouco
E só as vezes
E de uma vez que não voltou mais
De tão só
Me fez louco.

3 comentários:

  1. Amei... muito!!!
    As vezes eu me sinto assim... maior que a minha vida!
    Lindo!

    ResponderExcluir
  2. Quando não a volta, a espera é dolorida...

    É dificil de ver que o que vivemo intensamente é só por um momento, e quando abrimos os olhos do sonho, tudo já se foi!

    ResponderExcluir
  3. Intimista, será que peguei o âmago do poema?
    Seria uma projeção de ti ou de alguém contrastada com você (ou outro alguém mais real?) Uma linha tênue entre o que se é e o que pode ser.
    Pode ser?

    ResponderExcluir